06/07/2014

O Engano Trágico da Humanidade

Meus amigos, não é preciso muita inteligência para verificar que há alguma coisa esquematicamente errada em nosso mundo. Perplexidades e prevenções de todos os lados proclamam em altas vozes que nossa civilização está sendo devorada pelo vírus do temor da desintegração. Um setor da sociedade está em luta com outro, em desacordo sobre princípios vitais. E nisto a igreja cristã não é exceção.


Mas que há de errado em nosso confuso mundo e qual a causa de todo este desassossego?Quando e onde começaram os presentes problemas? Seria mais sábio perguntarmos a nós mesmos: “Como pode esta situação ser remediada e a compreensão e a paz serem asseguradas nesta idade atômica?” Estes são os problemas modernos que o homem tem de resolver, se quiser ter esperança de sobrevivência.

Nosso estudo visa ajudar-vos na solução de alguns problemas que estão perturbando nossa paz de espírito. Se reconhecermos os princípios que estaremos estudando, então teremos encontrado para nós mesmos a verdadeira filosofia de vida.

Todos estes problemas que agitam o espírito humano foram descritos numa longa cadeia de profecias dadas ao profeta Daniel no ano 539 antes de nossa era. Daniel foi o primeiro ministro do império universal chamado Babilônia. Nos últimos meses anteriores à queda de Babilônia, Daniel recebeu do Altíssimo uma visão de importantes acontecimentos, não apenas no setor político, mas também no mundo religioso. Estes deviam alcançar desde o tempo de Daniel até o fim de nossa era. O objetivo dessas profecias é proteger o homem e guiá-lo num curso de vida são e salvo em meio da agitação política e religiosa do mundo. Essas profecias vitais foram dadas também para servirem como luz no caminho do homem, para que ele não tropeçasse em falsas esperanças e desapontamentos sobre o futuro de nossa civilização. Esse grande panorama profético mundial encontra-se no capítulo oitavo do livro do profeta. Daniel.


Medo-Pérsia

Vejamos como começa a profecia:
(Dan. 8:3 e 4): “Então, levantei os olhos e vi, e eis que, diante do rio, estava um carneiro, o qual tinha dois chifres, e os dois chifres eram altos, mas um, mais alto do que o outro; e o mais alto subiu por último. Vi que o carneiro dava marradas para o ocidente, e para o norte, e para o sul; e nenhum dos animais lhe podia resistir, nem havia quem pudesse livrar-se do seu poder; ele, porém, fazia segundo a sua vontade e, assim, se engrandecia.”

O verso 20 revela que poderes terrestres são representados por esses símbolos: “Aquele carneiro com dois chifres, que viste, são os reis da Média e da Pérsia”

Aqui está explicado claramente que o carneiro simboliza os poderes combinados da Média e da Pérsia. O carneiro simbólico podia movimentar-se em todas as direções dominando todas as nações em seu caminho. Esta profecia se cumpriu poucos meses mais tarde. A Medo-Pérsia se levantou com fúria e determinação e num golpe estratégico arrancou da Babilônia o seu domínio. Isto teve lugar em 539 A. C. Embora firmemente convencida de que ninguém lhe poderia arrebatar o domínio mundial, Babilônia devia reconhecer o irrevogável decreto da profecia divina. Deus em Sua infinita sabedoria decidira que a Medo-Pérsia deveria reinar em lugar de Babilônia. Cruelmente eles dominaram por 207 anos, ou seja, até o ano 331 A. C.

Grécia

Continuemos a leitura da profecia:

(Dan. 8:5, 6 e 7): “Estando eu observando, eis que um bode vinha do ocidente sobre toda a terra, mas sem tocar no chão; este bode tinha um chifre notável entre os olhos; dirigiu-se ao carneiro que tinha os dois chifres, o qual eu tinha visto diante do rio; e correu contra ele com todo o seu furioso poder. Vi-o chegar perto do carneiro, e, enfurecido contra ele, o feriu e lhe quebrou os dois chifres, pois não havia força no carneiro para lhe resistir; e o bode o lançou por terra e o pisou aos pés, e não houve quem pudesse livrar o carneiro do poder dele.”

Aqui aparece um bode na profecia. Que poder representa? Aqui (verso 21) é dito: “mas o bode peludo é o rei da Grécia; o chifre grande entre os olhos é o primeiro rei.”

Nesta profecia foi revelado que a Medo-Pérsia a seu tempo se tornaria um império do passado; que o bode que contra ela lutou era a Grécia. No tempo da Medo-Pérsia a Grécia era chamada “o bode.” É interessante notar que no sul da Grécia o e a palavra Egeu, nome do mar, significa “bode.” Outros atos históricos identificam o bode como sendo a Grécia, assim como um galo simboliza a França, o urso a Rússia, a águia os Estados Unidos, etc. A Grécia estendeu os seus domínios da Índia no Oriente. A ponta pequena simbolizava seu primeiro rei – Alexandre o Grande – notável militar, estrategista e discípulo de Aristóteles. Durante o fastígio do poder de Babilônia, ninguém poderia crer que a Medo-Pérsia estivesse a caminho de suplantá-la, e que esta nação seria por sua vez conquistada por outros.

A Divisão da Grécia

Notemos bem o que foi predito com referência à sorte da Grécia:
(Dan. 8:8): “O bode se engrandeceu sobremaneira; e, na sua força, quebrou-se-lhe o grande chifre, e em seu lugar saíram quatro chifres notáveis, para os quatro ventos do céu.”

Esta é a interpretação, de acordo com o que lemos (verso 22): “o ter sido quebrado, levantando-se quatro em lugar dele, significa que quatro reinos se levantarão deste povo, mas não com força igual à que ele tinha.”

Nesta visão revela o verso 22 que a grande ponta, simbolizando Alexandre, seria quebrada. O militarismo atual considera-o o maior estrategista e o mais poderoso conquistador. Nas escolas militares as estratégias de Alexandre o Grande são estudadas. Muito de sua sabedoria ele deveu a seu grande mestre, o filósofo Aristóteles. Alexandre conquistou continentes, mas foi incapaz de dominar suas próprias paixões, pois era dado à bebida. Segundo a tradição, uma noite anterior a sua morte ele bebeu 28 litros de cerveja. Esta foi a causa imediata de sua morte na cidade de Babilônia onde se deteve em seu retorno da Índia, pois esperava reconstruir a grande cidade dos jardins suspensos.

Como foi então cumprida a divisão da Grécia em quatro partes, segundo a profecia? A História sustenta que depois da morte de Alexandre, alguns de seus parentes, para tomarem posse dos reinos do seu império, mataram seu filho mais jovem, seu legítimo sucessor. Depois de vários anos de luta pelo poder, quatro grandes generais que tinham ajudado o conquistador, dividiram pacificamente entre si o território. O general Lisímaco ficou com a Trácia e a Ásia menor; Ptolomeu, a parte sul do império, ou seja o Egito; Seleuco, a parte este ou Síria e Babilônia; e Cassandro tomou para si a Grécia com todas as regiões circunvizinhas.

Mas observem o significado desta maravilhosa predição: Nos primórdios do ano 539 A. C. foi dito que Alexandre morreria e a Grécia seria dividida em quatro nações. Suponham que a Grécia tivesse sido dividida em três ou em cinco reinos! Mas seguindo a predição profética, ela foi dividida exatamente em quatro partes!

Com o seguinte acontecimento entramos na parte mais interessante da profecia. Vejamos:

(Dan. 8:9): “De um dos chifres saiu um chifre pequeno e se tornou muito forte para o sul, para o oriente e para a terra gloriosa.”

Notem que de uma dessas pontas saiu uma ponta muito pequena, o que significa outro poder e “cresceu muito para o sul, para o oriente e para a terra gloriosa,” esta última linguagem bíblica se refere à Palestina, o berço de Jesus.

Na batalha de Pidna, em 168 A. C., o último rei macedônico foi derrotado pelos romanos. Roma foi o poder que saiu de um desses quatro anteriormente mencionados. Em seu sucesso inicial, ele desejou conquistar e dominar o mundo. No ano 31 A. C. ele se estendeu para o sul, e na batalha de Actium conquistou o Egito convertendo-o em província romana. No ano 65 A. C. invadiu o leste e tomou a Síria e em 63 estava já entrando na terra gloriosa da Palestina subjugando os judeus, a nação de Deus.

Mas vejamos agora o que Roma faria. Em primeiro lugar, segundo a profecia que estamos estudando, ela “causará estupendas destruições, prosperará e fará o que lhe aprouver”(Dan. 8:24). A história da conquista de Cartago no Norte da África é apenas um dos muitos exemplos de quão cruelmente foram subjugadas as nações que não preferiram render-se sem resistência. A profecia diz quê ela se tornaria a mais poderosa nação e a mais próspera, e assim foi. Roma dominou o mundo inteiro durante um período de 600 anos. Foi a nação da antigüidade que mais sangue derramou em suas conquistas. Esta nação dominou o mundo conhecido de 168 A. C. até 476 de nossa era. Consideremos outros eventos em que Roma figuraria.

Roma Comete Três Atos Abomináveis

1. A Morte de Cristo
Em Dan. 8:25 é profetizado que ela “se levantará contra o Príncipe dos príncipes.” EmDan. 9:25, o Príncipe dos príncipes é indicado como sendo o Messias, ou “Cristo.” EmApocalipse 1:5 se confirma também que Cristo é o Príncipe. Diz: “Jesus Cristo é… o Príncipe dos reis da Terra.” Foi Roma imperial que se exaltou contra Cristo nosso Senhor. Por meio de seu governador romano Pôncio Pilatos. Instigado pelos judeus, Cristo foi condenado à morte. As mãos dos soldados romanos encravaram Jesus na cruz e lhe furaram o lado. Após Sua morte selaram-Lhe a tumba com o selo romano e soldados romanos a guardaram para que não Lhe roubassem o corpo. Além disto, Roma cometeria outros crimes.

2. Perseguição da Primeira Igreja Cristã
Vejamos o que diz Dan. 8:24: “Grande é o seu poder, mas não por sua própria força; causará estupendas destruições, prosperará e fará o que lhe aprouver; destruirá os poderosos e o povo santo.”

“Destruirá os poderosos e o povo santo.” Isto foi feito quando os romanos incendiaram a cidade de Jerusalém e levaram cativos os judeus, povo de Deus. Pouco mais tarde, as autoridades romanas puseram-se contra os que se seguiam a fé cristã, pois viam o rápido crescimento do cristianismo e previram que isto significaria o desaparecimento da religião pagã de que os imperadores eram supremos pontífices. Os mais cruéis perseguidores do cristianismo foram Nero e Domiciano. Mas embora perseguissem e matassem os cristãos, estes aumentavam sempre.

Tertuliano no início do terceiro século afirmara: “O sangue dos mártires é semente da igreja.”

Notemos outros atos que teriam lugar durante o reinado de Roma no cumprimento desta notável profecia.

3. Lançou a Verdade por Terra
“Deitou por terra a verdade; e o que fez prosperou.” (Dan. 8:12.)

Que terrível sacrilégio cometeria Roma! Considerem a profecia uma vez mais: “Deitou por terra a verdade; e o que fez prosperou.”

Que significa na linguagem bíblica a palavra “verdade”? Ela significa o evangelho puro de nosso Senhor Jesus Cristo, pelo qual Deus nos expõe a Sua condição de perdão e nos ensina como obter salvação. A visão diz que Roma lançaria por terra a verdadeira religião, a verdadeira igreja, os verdadeiros fundamentos da fé em sua pureza. Roma lançaria por terra a verdade como foi praticada pela virgem Maria e por ela ensinada e pelos apóstolos S. Pedro, S. Paulo, S. João, e pelos primeiros Pais da Igreja.

Cometeu Roma este crime contra a humanidade? Vejamos: Vou usar o quadro-negro para ilustrar e provar o cumprimento desta profecia divina. Aqui está a cruz. Cristo morreu na cruel cruz no ano 31 A.C. Esta linha grossa que começa na base da cruz significa o período em que o evangelho puro foi praticado por nosso Senhor Jesus Cristo, pelos apóstolos e a bendita virgem Maria no primeiro século. A continuação da linha representa que o evangelho continuou por algum tempo como fora pregado em toda a sua pureza.

Façamos aqui uma pausa para ver o que S. Paulo profetizou no ano 60 de nossa Era com referência aos que lançaram a verdade por terra, ou, em outras palavras, os que deram início à apostasia. Neste tempo este grande apóstolo dos gentios fazia sua última viagem para Roma. Ele sabia que na metrópole romana a morte o esperava por pregar o evangelho. Passando por Éfeso, como se verifica no livro de Atos, ele mandou chamar os líderes da igreja, os bispos, aos quais falou e pregou um sermão animando-os a permanecerem fiéis a Deus e a ter o maior cuidado com a igreja de Cristo. Podemos fazer idéia de como foi essa cena entre os dirigentes das igrejas da Ásia menor e Paulo, sabendo que eles jamais o veriam outra vez. Como lhes deve ele ter falado com fervor, com poder e persuasão! Notem sua profecia feita então por inspiração quanto ao futuro das igrejas e dos bispos:

(Atos 20:28-30): “Atendei por vós e por todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu bispos, para pastoreardes a igreja de Deus, a qual ele comprou com o seu próprio sangue. Eu sei que, depois da minha partida, entre vós penetrarão lobos vorazes, que não pouparão o rebanho. E que, dentre vós mesmos, se levantarão homens falando coisas pervertidas para arrastar os discípulos atrás deles.”

Com toda sinceridade S. Paulo advertiu os bispos, dizendo: “Atendei por vós e por todo o rebanho”. E notem a seguinte frase: “Dentre vós mesmos, se levantarão homens falando coisas pervertidas para arrastar os discípulos atrás deles.” Usando uma metáfora ele afirma que os bispos da igreja, que tinham a aparência de cordeiro, depois de sua morte se mostrariam como lobos devoradores, introduzindo heresias na igreja, destruindo a pureza de suas doutrinas e dando início à apostasia.

Dois anos antes, no ano 58, S. Paulo em sua segunda epístola aos Tessalonicenses – os gregos que viviam na cidade de Tessalônica, agora Salônica – predisse certas características dessa apostasia:

(II Tess. 2:1-4): “Irmãos, no que diz respeito à vinda de nosso Senhor Jesus Cristo e à nossa reunião com ele, nós vos exortamos a que não vos demovais da vossa mente, com facilidade, nem vos perturbeis, quer por espírito, quer por palavra, quer por epístola, como se procedesse de nós, supondo tenha chegado o Dia do Senhor. Ninguém, de nenhum modo, vos engane, porque isto não acontecerá sem que primeiro venha a apostasia e seja revelado o homem da iniqüidade, o filho da perdição, o qual se opõe e se levanta contra tudo que se chama Deus ou é objeto de culto, a ponto de assentar-se no santuário de Deus, ostentando-se como se fosse o próprio Deus.”

Ora, analisemos esta passagem. Primeiramente Paulo adverte os ouvintes a não aceitarem os falsos ensinos que adulterariam a verdade concernente à Segunda Vinda de Cristo. Havia os que ensinavam que Cristo retornaria à Terra para redimir o mundo no primeiro ou segundo séculos. Tais ensinos não deviam afetar-lhes a fé. Falsos bispos, já no tempo de Paulo, começavam a introduzir e a persuadir os fiéis a que aceitassem doutrinas que contrariavam os ensinos dos apóstolos. Eles escreveram seus ensinos falsos e os puseram à vista nas igrejas, e de maneira que os irmãos os recebiam como se fossem de Paulo ou de Pedro ou de outros. Estas cartas são agora chamadas apócrifas porque sua inspiração é duvidosa. O apóstolo chamou a atenção aos fiéis para que não aceitassem tais ensinos espúrios.

Notemos agora o que S. Paulo diz sobre a apostasia que teria lugar antes da Segunda Vinda de Cristo:

“Ninguém, de nenhum modo, vos engane, porque isto não acontecerá sem que primeiro venha a apostasia e seja revelado o homem da iniqüidade, o filho da perdição.”

Isto indica claramente que a Segunda Vinda de Jesus era ainda a esperança cristã, mas antes viria grande apostasia e a verdade da Palavra de Deus seria adulterada. Também se escreve a forma em que a apostasia haveria de apresentar-se, e sua obra nefasta:

Ora, meus amigos, que significa a expressão “homem do pecado”? Surgiria um poder apóstata que destruiria a pureza os ensinos da primeira igreja, estabelecendo um sistema religioso cuja cabeça visível se atribuiria a qualidades que só pertencem a Deus. A cabeça deste sistema religioso atribuir-se-ia honras, adoração e obediência que só pertencem a Deus. Não é necessário mencionar este poder religioso e sua cabeça dirigente. Todos o reconhecem de imediato.

No verso 8 o capítulo que estamos estudando, o apóstolo continua a falar da apostasia: “então, será, de fato, revelado o iníquo, a quem o Senhor Jesus matará com o sopro de sua boca e o destruirá pela manifestação de sua vinda.”

Em outras palavras, haveria esse poder de progredir e exercer sua influência no mundo até o fim, até a Segunda Vinda de Jesus Cristo. Este poder levaria as almas à perdição sob pretexto de salvá-las. É de meu feitio respeitar todas as crenças, pois estou convencido de que as pessoas praticam suas crenças com sinceridade. Não obstante, sou obrigado esta noite a explicar as profecias de Deus, a fim de que cada um possa distinguir claramente entre a verdade e o erro, e a ver a diferença entre a pureza do evangelho de salvação e a imitação chamada apostasia.

Eis o que diz II Tes. 2:9 sobre a origem deste poder: “Ora, o aparecimento do iníquo é segundo a eficácia de Satanás, com todo poder, e sinais, e prodígios da mentira”

S. Paulo afirma que este poder religioso não tem origem em Cristo, mas na “eficácia de Satanás.” Satanás está por trás de todo engano sutil para destruir multidões na Terra, a pretexto de salvá-las. A profecia diz que este poder apóstata exerceria grande influência sobre todos os governos e nações do mundo.

As Escrituras revelam que uma das formas pelas quais este poder consegue atrair após si grande número de seguidores são os sinais e milagres que exibe. Estes milagres são proclamados como de origem divina, mas são de Satanás. Os milagres em si não provam que o poder que os opera é de Deus. O inimigo de toda verdade, Satanás, pode operar grandes milagres em contraposição a Deus. Ele ainda é um anjo, embora caído, e Deus permite que conserve seu poder inerente de operar milagres, dom com que são dotados todos os benditos anjos. S. Paulo o revela nestes termos:

(II Cor. 11:13-15): “Porque os tais são falsos apóstolos, obreiros fraudulentos, transformando-se em apóstolos de Cristo. E não é de admirar, porque o próprio Satanás se transforma em anjo de luz. Não é muito, pois, que os seus próprios ministros se transformem em ministros de justiça; e o fim deles será conforme as suas obras.”

Portanto, a verdade não deve ser julgada exclusivamente pelos milagres, mas pelos explícitos ensinos das Santas Escrituras, único fundamento da verdade. Notem cuidadosamente esta advertência:

(II Tes. 2:10 e 11): “e com todo engano de injustiça aos que perecem, porque não acolheram o amor da verdade para serem salvos. É por este motivo, pois, que Deus lhes manda a operação do erro, para darem crédito à mentira,”

É lamentável que muitos não tenham o amor da verdade, mas preferem crer nos milagres e ser por eles enganados.

O verso 12 continua: “a fim de serem julgados todos quantos não deram crédito à verdade; antes, pelo contrário, deleitaram-se com a injustiça.”

Sim, os que não amam a verdade, não a investigam nem a seguem, perderão a vida eterna. É triste pensar que bem poucos hoje estudam suas crenças para ver se são fundadas na Palavra divina ou no erro e preconceitos! Procuremos dar ênfase ao fato de que o profeta Daniel séculos antes havia profetizado que Roma lançaria a verdade por terra; e S. Paulo, no ano 58 de nossa era, confirmou o que Daniel predissera, acrescentando ainda a identificação do poder que o faria. Deus, o Autor da profecia divina, pôs em Sua Palavra esses fatos como advertência para nós. Ele quer que conheçamos a verdadeira fonte de tais enganos.

A Confirmação Histórica

No ano 312 A. D., o império romano proclamou uma medida de tolerância para com os cristãos. Mais tarde o imperador Constantino mostrou algum interesse no cristianismo. Quase metade do império romano havia já abraçado esta fé, e a igreja pagã da qual ele era chefe, encontrava-se agora em posição desvantajosa em vista da popularidade da igreja cristã. Com o advento do cristianismo, muitos templos pagãos ficaram vazios. A igreja pagã romana lutava desesperadamente para manter sua posição de supremacia no império.

Para Constantino esta luta entre paganismo e cristianismo era muito prejudicial. Como grande diplomata que era, com o fim de manter-se no poder, procurou o favor de ambos com grande sagacidade. Com o passar do tempo ele logrou amalgamar paganismo e cristianismo num poderoso sistema religioso. Mas esta união só logrou êxito depois de mútuas concessões em matéria de crença e prática religiosa. Por ocasião desta união, mais que em qualquer época antes e depois, ritos e cerimônias do paganismo foram introduzidos na igreja cristã. Ao consumar-se a união, foi declarada a igreja cristã como igreja do Estado. Assim a igreja tornou-se cristã no nome mas pagã em muitas práticas.

O cardeal John H. Newman, em seu livro The Development of Christian Doctrine, pág. 372, declara:

“Eusébio nos fala da falsa atitude de Constantino que recomendando a nova religião aos pagãos, transferiu para ela ornamentos exteriores a que estavam acostumados. O uso de templos, e estes dedicados particularmente a determinados santos e adornados em certas ocasiões com ramos de árvores; o incenso, as lâmpadas e os candelabros, as ofertas votivas pela cura de certas enfermidades; a água benta, os asilos, dias e períodos santificados, o uso de calendários, as procissões, a bênção dos campos, dons sacerdotais, a tonsura, o anel matrimonial, e o voltar-se para o oriente, as imagens e talvez a introdução dos cantos eclesiásticos e a litania, tudo tem origem pagã, santificados por sua adoção na igreja.”

Vejamos o exato cumprimento da profecia de Dan. 8:24: notemos como esta profecia é comparada com a primeira apostasia no Éden, descrita por S. Paulo:

(II Cor. 11:3 e 13-15): “Mas receio que, assim como a serpente enganou a Eva com a sua astúcia, assim também seja corrompida a vossa mente e se aparte da simplicidade e pureza devidas a Cristo.” “Porque os tais são falsos apóstolos, obreiros fraudulentos, transformando-se em apóstolos de Cristo. E não é de admirar, porque o próprio Satanás se transforma em anjo de luz. Não é muito, pois, que os seus próprios ministros se transformem em ministros de justiça; e o fim deles será conforme as suas obras.”

Cerca do tempo de Constantino as seguintes verdades foram lançadas por terra: Em vez de adorar ao verdadeiro Deus o povo foi ensinado a reverenciar um homem que se diz vigário de Cristo (papa); em vez de crer num único Salvador, foram ensinados a crer em muitos; em vez de crer que Cristo é o único e verdadeiro fundamento da igreja, foram ensinados que outro é o fundamento; em vez de crer que Cristo é o único mediador entre Deus e o homem, foram ensinados que há uma multidão deles; em vez de serem ensinados que as Santas Escrituras contêm toda a verdade, foram ensinados que a tradição é igual ou mesmo superior; em vez de serem ensinados que o sangue de Cristo é o único sacrifício para a purificação do pecado, foram ensinados a aceitar um sacrifício inventado na Terra, e assim por diante.

Mas no quarto século Eusébio, o primeiro historiador eclesiástico, e também conselheiro de Constantino, declarou sem escrúpulos: “A fim de recomendar aos pagãos a nova religião, eles transferiram para a igreja cristã os ornamentos exteriores do culto pagão.”

Vamos voltar ao nosso quadro-negro. Lembram que no ano 31 A. D. Cristo morreu e ressuscitou. Isto faz dos santos apóstolos os únicos depositários da verdade bíblica. Eles e seus seguidores pregaram a Palavra com toda a autoridade no mundo. Esta linha grossa representa a verdade pura do Evangelho. Acrescentemos ao fim da linha grossa o ano 312 A.D., no qual Constantino começou a mostrar oficialmente sua simpatia para com o cristianismo. E pelo batismo uniu-se à igreja cristã. A partir daí vemos muitas apostasias. Estas linhas em direção do solo representam as diferentes verdades ou doutrinas divinas que foram “lançadas por terra.”

Quando Será a Verdade Restaurada?

Como já temos mostrado, o anjo que relatou a visão a Daniel sobre o que aconteceria à igreja cristã debaixo da dominação romana, disse: Primeiro, os romanos serão culpados da morte de Jesus. Segundo, a igreja seria perseguida e muitos cristãos levados à morte. Terceiro, a verdade seria lançada por terra.

Em seguida o profeta nos diz que um certo santo, com certeza um anjo, perguntou: “Até quando durará a visão… da transgressão assoladora?” ou como diríamos hoje: “Por quanto tempo ficará a verdade lançada por terra?” E o anjo revelador respondeu:

(Dan. 8:13 e 14): “Depois, ouvi um santo que falava; e disse outro santo àquele que falava: Até quando durará a visão do sacrifício diário e da transgressão assoladora, visão na qual é entregue o santuário e o exército, a fim de serem pisados? Ele me disse: Até duas mil e trezentas tardes e manhãs; e o santuário será purificado.”

Isto significa que depois de 2.300 dias, após o tempo da purificação do santuário, a verdade seria pregada a todo o mundo e todas as nações se alegrariam de novo no privilégio e liberdade de praticar a verdadeira religião apostólica instituída por Deus.

Em Ezeq. 4:7 é dito que um dia profético representa um ano literal. A pregação da verdade teria lugar, segundo esta profecia, no final dos 2.300 anos, quando o santuário seria purificado. Na linguagem hebraica a purificação do templo é sinônimo de juízo. A verdade seria restaurada entre as nações da Terra, quando o juízo que precede a Segunda Vinda de Jesus começasse no Céu.

A data do início e fim deste grande período profético dos 2.300 anos será explicada em nosso próximo estudo.

Ora, prezados amigos, voltemos ao quadro-negro para continuar com nosso diagrama. Esta é a linha que representa os 2.300 anos. Vou pôr um ponto de interrogação no início dos 2.300 anos, porque ainda não estabelecemos o seu começo. Porei outro ponto de interrogação no fim dos 2.300 anos, porque ainda não sabemos quando termina, ou quando a verdade seria restaurada. As linhas verticais representam a restauração da verdade pura do evangelho, e a linha grossa que prossegue representa a pregação do evangelho, santo e puro a todo o mundo, como no primeiro século da era cristã. Uma vez pregado este evangelho a todo o mundo, Cristo voltará com poder e grande glória, a fim de redimir o povo que creu na verdade. Este acontecimento virá como ladrão de noite.

Cerca de 600 anos depois de Daniel, S. João expôs a mesma verdade no livro do Apocalipse:

(Apoc. 14:6, 7, 12, 14-16): “Vi outro anjo voando pelo meio do céu, tendo um evangelho eterno para pregar aos que se assentam sobre a terra, e a cada nação, e tribo, e língua, e povo, dizendo, em grande voz: Temei a Deus e dai-lhe glória, pois é chegada a hora do seu juízo; e adorai aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas.” “Aqui está a perseverança dos santos, os que guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus.” “Olhei, e eis uma nuvem branca, e sentado sobre a nuvem um semelhante a filho de homem, tendo na cabeça uma coroa de ouro e na mão uma foice afiada. Outro anjo saiu do santuário, gritando em grande voz para aquele que se achava sentado sobre a nuvem: Toma a tua foice e ceifa, pois chegou a hora de ceifar, visto que a seara da terra já amadureceu! E aquele que estava sentado sobre a nuvem passou a sua foice sobre a terra, e a terra foi ceifada.”

A ceifa é descrita da seguinte maneira por S. Mateus:
(S. Mat. 13:39): “o inimigo que o semeou é o diabo; a ceifa é a consumação do século, e os ceifeiros são os anjos.”

Notemos que o que S. João revela em Apocalipse é a mesma coisa que o profeta Daniel predisse, isto é, o evangelho será pregado a todas as nações, “porque vinda é a hora do Seu juízo.” E afirma que os que aceitarem a. “verdade” deste evangelho do reino serão filhos de Deus, e poderão ser reconhecidos pelo fato de guardarem os mandamentos de Deus e terem a fé de Jesus.

Simultaneamente com o Juízo Investigativo no Céu, que determina quem será salvo entre os que vivem na Terra será proclamada ao mundo a última mensagem de graça. Então terá lugar a Segunda Vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, para recolher nos celeiros o trigo – os filhos de Deus – e destruir para sempre a palha – os ímpios – no lago de fogo.

Para ênfase repito: Quando o juízo começa no Céu, na Terra é pregada e restaurada a verdade do “evangelho eterno,” que foi lançado por terra durante a supremacia romana. Em outras palavras, as mesmas verdades que foram praticadas por S. Pedro, S. Paulo, S. João, etc., durante o primeiro século serão outra vez praticadas. Não é isto uma coisa maravilhosa?

Quem gostaria de saber em que ano os 2.300 dias terminam, quando começou o juízo no Céu, e quando surgiu um movimento na Terra para restaurar a verdade e o evangelho eterno?

Meus amigos, hoje de noite não me é possível explicar isto, mas não deixarei de atender-vos na próxima reunião.

Meus amigos, há os que afirmam que são os depositários da verdade. Eu sei que muitos têm ouvido esta afirmação. Mas estão em contradição com os ensinamentos divinos da Bíblia. Em primeiro lugar, as profecias divinas afirmam que a verdade seria lançada por terra, em virtude da apostasia, durante o domínio romano, e que este poder apóstata chegaria até o fim, até a Segunda Vinda de nosso Senhor. Segundo a Palavra de Deus, que não pode mentir, nenhuma igreja hoje pode com jactância dizer: Esta igreja foi fundada por Cristo depois de Sua morte na cruz.

O Grande Erro Cometido pela Humanidade
Agora podemos responder à grande pergunta de nossa conferência esta noite: Qual o grande erro cometido pela humanidade? Foi o lançar por terra a verdade divina nos primeiros séculos da era cristã. Por que isto constitui maior erro cometido pela humanidade? Porque todos os males da vida particular do homem, como a ansiedade, o temor, a insegurança, o senso de culpa (a má consciência que a todos tortura), são o resultado da adulteração dos ensinos puros e imaculados de nosso Senhor Jesus Cristo. Por que há lares destruídos? Por que há desobediência de filhos para com os pais? Por que temos o torturante problema da delinqüência juvenil? Porque a pureza da verdade divina e imaculada não tem sido a filosofia de vida nem dos pais e nem dos filhos.

Meus amigos, este é um assunto sério que devemos enfrentar agora.

Quando a verdade de Deus foi amalgamada com o erro na filosofia pagã, homens e mulheres inteligentes não puderam descobrir harmonia entre o assim chamado cristianismo popular e o caráter de Cristo. Como conseqüência, declararam-se ateus, agnósticos e céticos. Como resultado tem ocorrido calamidade após calamidade entre homens e nações. Agora à única esperança de solução deste problema é a intervenção divina nos destinos de nosso perturbado mundo.

Cito Amós 3:7 – “Certamente, o SENHOR Deus não fará coisa alguma, sem primeiro revelar o seu segredo aos seus servos, os profetas.”

A única solução de nossos problemas hoje vem de Deus. Embora as grandes massas não conheçam ou não queiram conhecer a verdade, a única solução é ainda a intervenção de Deus nos destinos do mundo.

O Senhor não quer que alguém se perca. Se um homem se perde, é porque não quis a verdadeira religião – o conhecimento de como ser salvo.

E agora precisamos fazer a pergunta: “Que é a verdade?” Esta foi a pergunta feita por Pilatos.

Em S. João 17:17 temos a resposta do Senhor: “Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade.”

Oxalá todos nós aceitemos a Bíblia como a Palavra de Deus, para que possamos encontrar a verdade.

Não faz muito uma mulher disse a um evangelista: “Eu pratico minha religião, mas não encontro tranqüilidade. Sinto-me insegura, e não me parece que tenha os meus pecados perdoados. Dou dinheiro e faço outras obras de caridade, mas sinto ainda meu coração rebelado.”

Tal como essa mulher, milhares de pessoas praticam sinceramente uma crença que não é o verdadeiro evangelho eterno, e por isto lhes falta o poder de Deus que dá paz e alegria ao crente. Por quê? Porque ignoram o fundamento da verdade, Aquele que pode Ele só dar tranqüilidade de consciência e verdadeira esperança quanto ao futuro. Aquele que observa a verdade de Deus sabe que tem o perdão quando confessa seus pecados.

Lemos em I S. João 2:1 – “Filhinhos meus, estas coisas vos escrevo para que não pequeis. Se, todavia, alguém pecar, temos Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo”

Graças a Deus que temos tão maravilhoso Salvador! Se eu observar a verdade pura de Deus como foi praticado pelos santos apóstolos, poderei estar seguro. O mesmo ocorrerá com vocês. Se confessarmos nossos pecados, Ele nos perdoará. Ele nos dará então tranqüilidade de consciência, saúde física, felicidade em nossos lares, e prosperidade em nossos afazeres.

Creiam nisso, prezados amigos, e dêem seu coração a Jesus, e Ele suprirá todas as suas necessidades.

Sermão transcrito de uma conferência do Pr. Walter Schubert

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